domingo, 20 de dezembro de 2009

O Presente

Armadilhas do Passado
"Estudemos as coisas que já não existem. É necessário conhecê-las, ainda que não seja senão para as evitar. As contrafacções do passado tomam nomes falsos e gostam de chamar-se o futuro. Esta alma do outro mundo, o passado, é atreita a falsificar o seu passaporte. Precatemo-nos contra o laço, desconfiemos dela. O passado tem um rosto, que é a superstição, e uma máscara, que é a hipocrisia. Denunciemos-lhe o rosto e arranquemos-lhe a máscara."
Victor Hugo, in 'Os Miseráveis'
 
                            
 
O Presente sem Passado nem Futuro

"Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho. Pesa-me um como a possibilidade de tudo, o outro como a realidade de nada. Não tenho esperanças nem saudades. Conhecendo o que tem sido a minha vida até hoje - tantas vezes e em tanto o contrário do que eu a desejara -, que posso presumir da minha vida de amanhã senão que será o que não presumo, o que não quero, o que me acontece de fora, até através da minha vontade? Nem tenho nada no meu passado que relembre com o desejo inútil de o repetir. Nunca fui senão um vestígio e um simulacro de mim. O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto."

 Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

No limite


Sofremos, a maior parte das vezes, por coisas que deixamos de viver e não pelo que vivemos. Contraditório isso, não? Sofrimento esse meio sem sentido... As pessoas e situações nos decepcionam porque criamos certas expectativas em relação a elas.
Sonhamos, imaginamos, criamos a ilusão de viver o que queremos. Os que têm fé chegam até a rezar, entregar  e pedir à Deus o que tanto aspiram...O mais engraçado (é preferível rir do que chorar) é que Deus realmente nos escuta e, na maior parte das vezes, nos manda sinais. Sinais que indicam a direção. No entanto, quando esses sinais são contrários às nossas vontades...somos mestres em ignorá-los. Deus, na sua infinita paciência, ainda permite que certas situações aconteçam para que enfim enxerguemos os fatos...ainda assim, várias vezes, fingimos que nada está acontecendo...Teimosia, tem hora, que vira sinônimo de burrice, estupidez...ou mesmo falta de amor próprio.  E o orgulho não nos deixa admitir que estamos no caminho errado... Somos especialistas em nos manipular quando queremos. Nos enganamos com as justificativas mais convincentes possíveis e ainda conseguimos persuadir todos a nossa volta de que o que escolhemos é o melhor. Existe um limite tênue entre o "ser pessoa determinada e persistente" e entre o "ser pessoa teimosa". Pois é, mas teimosia cansa. É preciso enxergar as coisas como elas são e não como queremos vê-las. Há a hora de virar a página. Os pés precisam sentir o chão! Em certos momentos, ter a coragem de não mais olhar pra trás é deixar-se amadurecer. Concordo que insensibilidade alheia é uma coisa que realmente machuca, mas é importante parar de se lamentar e seguir em frente, mudar a direção, mudar o foco. Por isso é necessário agir conforme o que nos apresenta e não de acordo com expectativas ou probabilidades. Como dito antes, metade do nosso sofrimento, deriva, muitas vezes, do que esperamos e não aconteceu.
Por isso, é o momento de "lidar com coisas reais" e não com "sonhos de papel".

Desapegar-se das coisas antigas não é fácil. Além de destreza, é preciso humildade para reconhecer que nem sempre está ao nosso alcance aquilo que almejamos. E inteligência é adaptar-se a todo momento às mudanças. Um consolo é que todo sofrimento e dor são causas de um crescimento posterior.

"O espinho de hoje será a flor de amanhã"


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Futuros Amantes

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar


E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

Letra e música "Futuros Amantes" de Chico Buarque

domingo, 29 de novembro de 2009

Interpretação


"Se a tua dor te aflige, transforma-a num poema." (Autor desconhecido)


INTERPRETAÇÃO


Ser cobrado pelo que não foi dito,
Ser questionado pelo que se omitiu,
mas que se deixou de dizer,
de fazer, 
querendo fazer o bem.


Ser julgado pelo que se fez,
avaliado pelo que se falou,
mal interpretado,
mal compreendido.


Não ser,
de forma alguma,
entendido.


Como dói.
O dedo é fácil apontar.
Difícil mesmo,
é amar.


Fácil julgar.
Difícil é fazer
o mínimo esforço
para tentar entender.


O verdadeiro amor
não impõe
para amar,
condições .


Amar é
aceitar o outro
como ele é: sem ter a pretensão de mudá-lo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Crise de Identidade

O MÉDICO E O MONSTRO (1932)




Por Renato Rosatti


"Minha análise da alma, da psique humana, leva-me a crer que o ser humano não é verdadeiramente um, mas verdadeiramente dois. Um deles esforça-se para alcançar tudo que é nobre na vida. É o que chamamos de lado bom. O outro, quer expressar impulsos que prendam-no a obscuras relações animais com a terra. Esse é o que podemos chamar de mal. Ambos travam um eterno combate no íntimo da natureza humana, e contudo, estão atados um ao outro. E este elo provoca a repressão ao mau e remorsos no bom. Agora, se esses dois seres pudessem ser separados um do outro, quão livre o bom em nós poderia ser, que alturas poderia alcançar! E o assim chamado mal, uma vez liberto, buscaria sua própria realização, e deixaria de nos perturbar..."
Com esse profundo discurso inflamado para uma platéia de acadêmicos numa universidade, o médico cientista Dr. Henry Jekyll, interpretado por Fredric March (1897/1975), que ganhou um Prêmio Oscar por sua atuação, apresenta sua visão da real natureza humana e divulga suas experiências com uma poção química capaz de separar as duas personalidades existentes no Homem, evidenciando seus lados "bom" e "mal", na versão expressionista de 1932 de "O Médico e o Monstro" (Dr. Jekyll and Mr. Hyde). O livro clássico do escocês Robert Louis Stevenson (1850/1894), escrito em 1886 com o nome original de "The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde", é um dos mais filmados na história do cinema fantástico, com uma infinidade de versões das quais podemos a título de ilustração citar quatro produções antigas. Uma da época do cinema mudo (1920), de John S. Robertson e estrelada por John Barrymore, a já citada versão de 32 dirigida e produzida por Rouben Mamoulian e com Fredric March, o filme de 41, de Victor Fleming e com Spencer Tracy, Ingrid Bergman e Lana Turner, sendo essas três versões com fotografia em preto e branco, e finalmente "O Soro Maldito" (I, Monster, 71), produção inglesa da "Amicus" protagonizada pela dupla Christopher Lee e Peter Cushing, além do misterioso Mike Raven. A história é ambientada na Londres do final do século XIX, onde o respeitado médico Dr. Henry Jekyll é o defensor de uma teoria onde existem dois lados totalmente distintos nos homens, um "bom" e um "mal". Acreditando que ao separar essas duas personalidades poderia dar mais liberdade ao ser humano, ele então decide criar uma substância química capaz de realizar tal feito. Testando em si próprio, os efeitos são devastadores, fazendo-o alternar entre o recatado Dr. Jekyll e o monstruoso Sr. Hyde, responsável por uma série de crimes horrendos. Ao descobrir que na verdade libertou um monstro interior, o médico tentou interromper a dosagem da poção, mas já era tarde demais e ele perdera o controle sobre suas duas personalidades, colocando em risco a vida das pessoas que o cercam como seu amigo Dr. Lanyon (Holmes Herbert), sua amável noiva Muriel Carew (Rose Hobart), o rígido pai dela, General Carew (Halliwell Hobbes), e uma bela dançarina de bar noturno, Ivy Pearson (Miriam Hopkins), uma jovem atormentada pela tirania do Sr. Hyde.


Disponível em: http://www.bocadoinferno.com/romepeige/artigos/medico.html

                                                 *******************************************************************


CRISE DE IDENTIDADE

O texto acima me leva a pensar que, todos nós, em algum momento de nossas vidas, já agimos como se tivéssemos duas personalidades.
Duvido que você, realizando uma auto análise de seu passado, calmamente, não irá encontrar vestígios de algum tempo, no qual, talvez mesmo sem querer, passou a impressão de ser aquilo que, na realidade, não era, ou não era exatamente.
Acredito que, mesmo sem a menor intenção ou maldade, também todos nós, pelo menos em algum dia de nossas vidas, já fomos como "o médico e o monstro".
O fato é que, muitas vezes, os diferentes aspectos de nossa vida e a pluralidade de ambientes que frequentamos com o fim de socializar, fazer contatos (sejam estes profissionais ou meros sinônimos de diversão), induzem-nos, quase que de forma impulsiva, a agir de forma diferente em cada situação. E esta última varia expressivamente conforme as circuntâncias de lugar, pessoas e até mesmo de acordo com o "nosso momento".
No entanto, há um sutil liame entre o que é uma distância notadamente "normal" e o que é um espaço nitidamente discrepante existente no meio do que uma pessoa realmente é, em sua essência, e da imagem que ela representa para os outros.
E é exatamente daí que surge a crise de identidade, a qual inevitavelmente acontece quando essa dicrepância entre o eu verdadeiro e a imagem refletida tornam-se muito opostas, de modo que passe a ser um fardo, um peso muito grande para o indivíduo sustentar tal imagem ou mesmo corresponder às expectativas daqueles que nela acreditam e depositam sua confiança. A pessoa em crise de identidade sente-se impotente para atender as demandas derivadas, não de seu verdadeiro eu, mas de suas imagens construídas. Sim, tudo piora quando não se trata de apenas uma outra "máscara", mas várias outras, uma para cada ambiente ou situação: no trabalho, profissionalmente; com os amigos, socialmente; com a família (geralmente aqui representa-se o eu verdadeiro); na igreja..etc.
O conflito não mais é com os outros, não reside mais na auto afirmação de querer ser aceito ou visto de forma positiva, mas sim consiste no eu interior que, em meio a tantas "máscaras", não sabe se reconhecer mais, não se conhece mais...
Nada faz o ser humano mais perdido que a perda de sua essência...
A aflição está na guerra interior de não admitir o que sou, ou o que com as mudanças me tornei, e de não querer negar o que, faticamente, deixei de ser, mas que continuo representando, sustentando em uma imagem.
E os outros cobram. A sociedade exige-nos a correspondência ou a atuação de acordo com o que a nossa imagem representa. Isto é, se agimos de forma destoante das expectativas sociais, de duas uma: ou são geradas frustrações à respeito de nossa pessoa ou são reproduzidas surpresas; como dois polos: negativo e positivo, respectivamente. Não interessa de que maneira, repercute em "quebra"da imagem. Mas para tal desfazimento é preciso estar pronto para surpreender, é necessário querer  despojar-se do "velho eu".
Caso contrário: crise de identidade.
Em meio ao conflito interno, há alguns que retornam, em partes (porque uma vez ocorrida a  mudança é impossível retornar totalmente ao status quo ante), aos antigos valores ou a sua essência..tão correspondentes, talvez, a sua imagem....Enquanto outros, mais ousados ou tão corajosos quanto os primeiros (não sei qual lado é mais difícil) resolvem assumir sua "nova roupagem" e uma nova imagem, agora menos retorcida e mais ligada ao "real eu"...
"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo." (Clarice Lispector)
De um modo geral, os que se encontram no meio de uma crise de identidade raramente se manifestam...preferem o silêncio, a discrição e a ausência de responsabilidade por qualquer ato ou palavra que possam, de um jeito ou de outro, comprometê-los com a não correspondência de sua(s) imagem(s)...
Contudo, é inteiramente normal um indivíduo ter uma ou até mais crises de identidade em sua vida, visto que esta é dinâmica e todos nós mudamos, para melhor ou pior, amadurecemos e crescemos e fazemos isso por meio das crises.
Não podemos é deixar "o barco afundar".


A descoberta ou a redescoberta do verdadeiro eu consubstancia-se ao silêncio interior, na introspectividade da alma, dentro do pensamento e no coração, onde tudo acontece.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Precioso Intervalo



Estudar
Ler
Escrever
Pensar
Ver
Rever
Analisar
Entender
Crer
Continuar
Esperar
Acreditar
Avaliar
Reavaliar
Mudar
Recomeçar
PARAR
Descansar....
SENTIR sentir SENTIR sentir SENTIR sentir SENTIR....


Entre leituras...


Descanso minha mente entrando em contato com os meus sentimentos.


O descanso do meu pensamento está no meu coração.

domingo, 25 de outubro de 2009

Baseado em fatos reais




Hoje olho para trás e, depois de tanta coisa passar, observo com maior frieza o passado.
Não vou mentir, só não é um olhar totalmente neutro porque ainda existe sentimento dentro de mim.
Na verdade, gostaria que isso não mais existisse, mas há coisas que, infelizmente, não conseguimos controlar.
Ainda que nosso esforço para ser racional seja algo surpreendente: você não manda no seu coração. Você manda nas suas atitudes, faz suas escolhas - o que deixa ou não transparecer. Porém, não dá para esconder de si mesmo o que você, inegavelmente -ainda que o negue para Deus e o mundo - sente.
Olho para trás. Releio emails, revejo cenas, analiso detalhes de uma história.
Como floreamos as coisas quando estamos emocionalmente envolvidos em uma situação.
Percebo a discrepância entre o que eu queria e o que realmente acontecia.
Noto o quanto eu colocava cada palavra, cada ação em uma dimensão muito além do que ela era.
Quando gostamos de alguém, muitas vezes, sem querer, distorcemos os fatos para nós mesmos - manipulamos nossos pensamentos - idealizamos situações de forma a nos colocarmos sempre em uma posição de esperança, de alguém à espera de que algo aconteça.
E esse algo não acontece.
No entanto, naquele momento, não entendemos o porquê disso: estávamos envolvidos, não conseguimos enxergar o que estava nítido em cada atitude, em cada sinal, desde o início. Já era um amor mal correspondido.
O passar do tempo é cruel, não esconde a realidade, torna claro o que estava obscurecido pela avalanche de sentimentos.
No presente, diante de tantas recordações e vestígios do que sobrou, enxergo o óbvio, com muito pesar.
Na hora em que a "ficha cai" a sensação é de raiva, de rigidez consigo mesmo, de não conseguir se perdoar de não ter enxergado as coisas como elas eram, de fato. Nos sentimos como bobos.
Apesar da raiva, existe um consolo: se naquele momento enxergássemos as coisas como elas realmente eram, com certeza não teríamos feito metade dos esforços que empreendemos para conquistar o que tanto desejávamos. E é essa sensação de que fizemos tudo o que podíamos pelo que sonhávamos é que nos alivia. Bem, se não deu certo não foi culpa minha, eu tentei. A nossa sensação de alívio é o algoz dos que, ao acaso, vêem  descobrir - depois de não nos restar mais nenhum sentimento - o que perderam, o que não aproveitaram e o que, literalmente, rejeitaram e jogaram fora. Não, não é "dor de cotovelo", é fato e, quase sempre acontece, de forma muito triste, nas melhores famílias. A maior parte dessas histórias não tem final feliz, salvo as que a outra pessoa de verdade se empenha na reconquista do amor "perdido" - e quando o outro ainda está disposto - ou quando ainda resta um sentimento remanescente em quem foi rejeitado, ainda que ínfimo após tantas decepções. De qualquer forma, melhor não viver por esperar para ver isso. Melhor é "tocar o barco", pois nossa parte já fizemos e, se o outro quiser: ele que se vire.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

"O pouco com Deus é muito"




Hoje eu estava saindo da academia e fui pagar o "flanelinha" que estava olhando o carro.
 Mas eu quase não tinha dinheiro trocado, só algumas moedas.
Então disse a ele: "não repara, mas hoje estou com pouco trocado".
Ele respondeu: "não tem problema, o pouco com Deus é muito".
Surpresa com a resposta dele, pois achei que ele não iria ficar satisfeito ou mesmo iria achar ruim a quantia que eu estava dando, repeti a ele: "realmente, o pouco com Deus é muito".
Essa resposta dele muito me surpreendeu e me fez pensar em várias coisas...
Como tantas vezes nós reclamamos...
Sim, nos queixamos do trânsito, do tempo ruim, da falta de tempo, do tanto de coisas que temos pra fazer, de que nos falta isso, de que não entendemos aquilo...
Alguma coisa dá errado ou não sai do jeito que gostaríamos e lá já estamos nós "ruminando"...
Acabamos esquecendo de agradecer...
Agradecer pela nossa vida, pela nossa família, pelas oportunidades que temos, pela proteção que Deus nos dá, pelos amigos, pelos momentos bons, e até mesmo pelos ruins, já que nada é por acaso e tudo é uma chance para crescermos, nos adaptarmos às situações, repensarmos nossas histórias e atitudes...entre tantas coisas...pois o que a dor faz é simplesmente mostrar o que, talvez sem ela, nós nunca enxergássemos...
Após esse episódio com o "flanelinha", me senti pequena...
Ele, provavelmente desempregado, caso contrário não estaria ali naquele horário...enfim, apesar de nem saber nada sobre ele, nem sua história, nem nada, sei que, com certeza uma coisa ele sabe fazer: ser grato pelo que tem, pelo que ganha e ainda que seja isso muito pouco....
Saí dali agradecendo à Deus tudo que eu tenho, tudo que eu sou, tudo que me aconteceu até hoje..
Agradeci mesmo as coisas ruins...porque sei que poderiam ser piores...sempre pode ser pior...
Mas o interessante disso tudo é que o ato de agradecer, de falar, fez-me explicitar muitas coisas boas. Para isso tive que fazer um esforço mental para enxergar o que era bom em mim, ao meu redor e na minha vida.... Com isso fiquei mais feliz, já que percebi: há muita graça na minha vida e com certeza há o dedo de Deus nisso...Como Ele me protege, está sempre comigo, olha por mim mesmo quando eu me esqueço Dele ou o coloco em último plano...Como Deus é misericordioso, como Ele está sempre cuidando de tudo, mesmo quando nos sentimos a miséria em pessoa e não merecedores da Sua graça...
Deus é amor, nos ama incondicionalmente e cuida da gente por amor, de graça...
E basta darmos um único passo em direção à Sua misericórdia para que tudo se renove...
Depois de toda essa reflexão, concluí: Deus nos manda recados.
Ele fala conosco através das coisas mais pequenas e dos simples gestos...
E devemos estar sempre atentos, de coração aberto, para escutarmos Sua voz e percebermos Seus sinais.
Mas, de verdade, o que é pouco, com Deus, é muito !

sábado, 17 de outubro de 2009

Orgulho e Preconceito

Orgulho e Preconceito (Pride & Prejudice).
 É um dos meus filmes preferidos.
Se não for O preferido, visto que já assisti um monte de vezes...
Na verdade, perdi a conta de quantas vezes eu assisti...
Sabe aqueles filmes, que quando você está mudando de canal na TV, você  não consegue simplesmente passar direto pelo filme ?
Então...eu sempre paro nesse fime...impossível passar indiferente...
Os dois atores, Keira Knightley e Matthew Macfadyen.. são lindos......formam um casal belíssimo...o filme é incrivelmente romântico...
Um filme de época que se passa no continente europeu, entre os séculos XVIII e XIX (romance de Jane Austen adaptado para o cinema).
Não que eu seja uma romântica incorrigível, como no livro que acabei de ler  (um dia escrevo sobre ele), mas é que esse filme contém cenas muito bonitas mas, sobretudo, diálogos ricos, fortes, cheios de emoção...que mostram como mesmo entre duas pessoas que se gostam muito, pode haver preconceito..
Como o pré-julgamento ou o não esclarecimento de algo ou de alguns fatos pode realmente complicar tudo entre duas pessoas...
O enredo é muito bacana, leva-nos a pensar até que ponto as diferenças e outras coisas podem influenciar os sentimentos das pessoas, às vezes contraditórios em relação ao preconceito e ao orgulho, quando elas, na verdade, estão dominadas pelo amor....
E a confusão que os dois personagens do filme arrumam até conseguirem se encontrar..e como eram orgulhosos....
Além disso, o filme (dirigido por Joe Wright)  tem cenas muito bem feitas, como a cena da dança, enorme, e realizada sem um corte sequer..
 O filme também possui algumas cenas engraçadas, uma trilha sonora excelente, paisagens exuberantes  e  muito bom gosto no quesito arte e figurino. 
Por fim... a cena final... sem comentários...(e sem dúvidas...) é uma das mais lindas que eu já vi ! 
Vale a pena ver.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Em Busca de Respostas

"Há pouco tempo, estive no México. Lá tive o prazer de visitar as famosas pirâmides de Teotihuacán, construídas pelas valorosas civilizações indígenas que povoaram o território mexicano antes da conquista dos espanhóis.
Não é uma escalada fácil. Demanda competência, muito esforço e grande força de vontade. São os mesmo fatores necessários para se vencer na vida pessoal e na carreira profissional. O desafio de subir a pirâmide me fez refletir sobre uma questão desconcertante: "Por que há tantos executivos frustrados com suas carreiras?"
Para explicar o fenômeno, tenho recorrido à analogia de duas outras pirâmides. A primeira é a Pirâmide de Necessidades de Maslow, tese elaborada pelo psicólogo e professor do MIT, Abraham Maslow (1908 – 1970), onde ele cita que um ser humano deve atender em boa parte certa necessidade para, então, passar a uma outra hierarquicamente superior.
Na base da Pirâmide de Maslow, encontra-se a maioria da população - preocupada em atender suas necessidades fisiológicas: comer, respirar, dormir etc. Acima, encontramos uma parcela menor, já preocupada com sua segurança, dentro de uma perspectiva individualista.
Subindo na pirâmide, há outros seres humanos focados na ascensão social ou na necessidade de pertencer a grupos diferenciados. E afunilando mais ainda, temos uma parcela menor de pessoas preocupadas com a estima ou admiração dos outros.
Maslow identificou nesse nível um outro grau de estima mais elevado, a auto-estima: a própria pessoa se admira, se gosta e goza de independência, que define como o direito de ser quem você é. E, por último, no topo da pirâmide, encontra-se uma pequeníssima parcela da população (o autor cita que representa menos de 2%) que atingiu a auto-realização, ou seja, seu pleno potencial - pessoas como Cristo, Buda, Gandhi, Tómas de Aquino e alguns outros.


Tomando emprestada a pirâmide de Maslow, elaborei, após muitos anos lidando com executivos e profissionais, uma tese que denominei de "Pirâmide de Realização no Trabalho". Ou como alguns amigos chamam: Pirâmide do Wong.
Na base dessa pirâmide, equivalente à nossa necessidade fisiológica, está o emprego, que possibilita obter os recursos ou um salário para comermos e assim sobrevivermos. Mas sabemos que um emprego não nos dá segurança; procuramos então adquirir uma profissão, a de engenheiro, advogado, administrador, professor etc.
Com um diploma, a pessoa não se contenta em ser um profissional raso; quer progredir, ascender, pertencer a grupos ou hierarquias diferenciadas. Ou seja, almeja uma ascensão profissional e tenta esta escalada no mundo corporativo por meio de uma carreira.
Em meus anos como headhunter e consultor empresarial, tenho percebido uma crescente frustração com a carreira no meio executivo. Por quê? Se almeja uma promoção e não a consegue, você fica frustrado. Caso a consiga, está preparando sua próxima eventual frustração, pois vai querer mais uma outra promoção. Para quem não sabe, a palavra carreira deriva-se expressão latina “via carrera”. Na prática, isso significa a via ou o caminho das carroças e carretas.
Não é uma boa definição? A pessoa entra nos trilhos e não consegue sair mais daquela via. Podemos dizer que ficou “bitolada”.
Se emprego não é a solução, nem profissão e tampouco a carreira, qual é a saída que lhe dará a auto-estima, a realização e a liberdade? Esta palavra, meu caro leitor, é a vocação, que também vem do latim e significa "sua voz interior", "seu chamado". Para aqueles que encontram sua verdadeira vocação através do auto-conhecimento, o universo celebra e conspira a seu favor.
Por fim, chegamos ao topo da pirâmide, onde meu cume encontra com o de Maslow. Denominei de "Missão", palavra que provém do verbo latim “mittere”, "enviar".
Um missionário é uma pessoa enviada para pregar a palavra, assim como um míssil é um artefato enviado para atingir determinado alvo. Por certo, fomos todos enviados aqui à Terra para cumprir nossa missão, que é fazer esse mundo melhor do que o encontramos. Mas, infelizmente, são raras as pessoas ou líderes no mundo corporativo que transcenderam a história e o tempo e deixaram suas marcas perenemente.
Muitos indivíduos estão agarrados ao seu emprego, ficam na base da pirâmide. Alguns demasiadamente preocupados com a sua profissão, que por vez pode até ter sido mal escolhida. Outros estão bitolados e frustrados com sua trajetória profissional. Dê uma chance a si próprio e dê ouvido à sua voz interna: a sua vocação. Só você tem acesso a ela e mais ninguém.
Vendo as pirâmides de Teotihuacán, que sobrevivem a todas as intempéries por séculos e séculos, tenho certeza que os líderes da época as ergueram motivados por sua vocação e por uma missão. E nos dão uma lição valiosa: aqueles que encontrarem sua verdadeira vocação deixarão um rico legado para posterioridade.
Resta saber agora, leitor, onde você se encontra na pirâmide. Você está usando suas competências, esforços e força de vontade para escalá-la?"


* Texto de Robert Wong (autor dos livros “O Sucesso Está no Equilíbrio” e “Super Dicas para Conquistar um Ótimo Emprego” e um dos palestrantes mais inspiradores e requisitados do
mercado) - (grifos meus).
-----------------------------------------------------
Recebi o texto acima do meu querido irmão André.
Chegou na hora exata, já que há muitos anos reflito sobre o assunto "vocação", o que foi a causa, ou melhor, o impulso para mudanças significativas na minha vida.
Quem me conhece sabe que não sosseguei até ter certeza de estar percorrendo o caminho que realmente corresponde ao que considero ser minha vocação.
Lembro-me como se fosse hoje da minha incansável busca sobre saber o que me faria feliz em termos profissionais. Como me incomodava ver os outros falar com tanto gosto e felicidade do que faziam, do que estudavam...e eu não sentia o mesmo em relação ao meu presente e, muito menos em relação ao lugar a que esse presente iria me levar...Eu me achava estranha no meio de tanta gente determinada e decidida, para não dizer resolvida. Seria eu uma pessoa perfeccionista demais, ou seria apenas alguém que não se deixava acomodar com o "mais ou menos"?
Fiquei aliviada quando percebi que a resposta era a segunda opção...
O incômodo de não estar plenamente satisfeita com o que eu fazia, estudava, me levou a questionar pela segunda vez a faculdade em que mais tarde me formaria -
e formei.
Inicialmente, questionei apenas comigo mesma e com Deus. Rezei, pedi que o Espírito Santo me iluminasse para que eu desccobrisse minha verdadeira vocação, minha missão...
Após ter certeza de que não se tratava de nenhuma "viagem" ou insatisfação temporária, a famosa crise de identidade, questionei com os outros e, por fim, o mais difícil: questionei com os amigos e familiares...Claro, de primeira, alguns riram, outros duvidaram, alguns não acreditaram, caçoaram: "você nunca vai parar de estudar?", "meu deus, quantos cursos você já fez?", "você não sabe o que quer até hoje!?"...
Mas esse é o preço que se paga pelas suas escolhas, ainda mais quando elas fogem do padrão imposto pela sociedade: o bitolado caminho que temos que percorrer..e no tempo "certo", ai de você se chegar atrasado!
No entanto, o que muitas vezes as pessoas ignoram é que cada um tem o seu tempo e a sua maneira de se descobrir como pessoa. Isso se chama auto-conhecimento. Infelizmente, muitas pessoas passam a vida inteira sem se auto-conhecer, pois isto requer coragem de "sair da margem para o oceano", onde há tempestades, inseguranças, indecisões, dúvida...medo.
Realmente é muito mais fácil "estacionar" onde já estamos e onde já conhecemos do que nos arriscarmos em "novas terras", "novos ares".
Hoje, eu tenho certeza de que minhas dúvidas, minha inquietação e sensação de não saber o que eu queria não eram de modo algum "viagem" minha. Eram sim fontes concretas de insatisfação que, se não fossem resolvidas naquele tempo, mais cedo ou mais tarde poderiam repercutir em problemas mais graves de infelicidade, "vá saber", afetar até minha saúde...Por isso, olho para trás e vejo: como foi importante PARAR naquele momento, não ignorar o que eu sentia e questionar o que era isso, de onde surgiu, porque estava acontecendo..etc...
Muitas pessoas passam por esses momentos de inquietação e, talvez por medo ou outros motivos, ignoram as circuntâncias em que se encontram e fingem que nada está acontecendo...é uma auto blindagem...funciona na hora...mas no futuro, com certeza, mais cedo ou mais tarde, isso pode vir como uma avalanche, um vulcão em erupção, de insatisfãção, seja na vida emocional, espiritual ou profissional. O pior é quando isso vem em forma de doenças, psicológicas, psiquiátricas ou mesmo físicas e a pessoa não consegue mesmo descobrir a causa de tudo..e quem é da área da saúde sabe: tratar somente dos sintomas é, em parte, "mascarar o problema": não resolve mesmo. Além disso, adiar o problema é, às vezes, não conseguir ou não poder resolvê-lo no futuro, já que o tempo é inexorável, não se volta ao passado e há oportunidades que podem passar despercebidas...
Aos que costumam se "auto blindar", digo: a parte mais difícil é a descoberta do problema, onde e porque está errado, o que não está funcionando. Após você conhecer o que o está levando à insatisfação fica tudo mais fácil...Depois de assumido o problema, vá em busca da solução. Quando você enfim achá-la, o grau de certeza e de decisão será tão grande que, mesmo que alguns não acreditem em você incialmente, com o tempo a sua determinação na mudança não deixará dúvidas de que você realmente sabe o que quer, porque quer, aonde vai e porque vai...
Ademais, há coisas que só você pode fazer por si mesmo...há decisões, escolhas que competem somente a si mesmo...se você não o fizer, ninguém o fará...
OK, estaria mentindo se falasse que isso não traz sofrimento. Todo processo de crescimento, de amadurecimento, passa pelas profundezas do nosso eu..faz-nos perscrutar e visitar lugares até então, muitas vezes, desconhecidos...é inegável a dor que isso traz...Mas te digo: coragem em sua descoberta, não se acomode, o caminho vale a pena ! A recompensa é gratificante e a graça toda muitas vezes está no próprio caminho...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Pensar: estrada sem fim...


O texto abaixo, de Rubem Alves, me fez refletir muito esses últimos dias...
Já tem umas duas semanas que tenho me dedicado, durante alguns dias da semana, na produção de um artigo científico em que eu sou responsável por uma de suas partes.
Já escrevi dois outros artigos e já fiz uma monografia de fim de curso, além de outros trabalhos exaustivos, mas confesso que essa parte desse artigo, especialmente - ainda que não muito grande nem muito pequena -deixou-me  bastante cansada mentalmente. E, lendo o texto abaixo, descobri o porquê disso.
O que eu escrevi era sobre uma das teorias de Jürgen Habermas, filósofo e sociológo alemão, um gênio, na minha opinião. Para escrever sobre isso, logicamente, tive que ler e estudar muito,já que não sou superdotada, rs.
Porém, a leitura de conteúdos relacionados com a filosofia e a sociologia, pude perceber, é mais pesada, mais lenta e exige uma reflexão maior do que a de outras disciplinas ou matérias. Isso porque em cada frase que você lê estão implícitos diversos conceitos em várias palavras....o que não pode de jeito nenhum passar despercebido, pois pode comprometer a compreensão do texto. Para o entendimento do sentido do texto, dessa forma, há necessidade de muita concentração.
Mas, o que mais me levou a uma estafa mental foi o fato de que a "simples" leitura que tinha o intuito de se transformar em uma produção de conhecimento foi muito além disso: levou-me para uma reflexão interior, sobre a minha vida, os meus conceitos, a minha visão de mundo...fez-me pensar !!! Isso é bom? Sim, é bom...mas cria problemas...rs...e agora preciso de achar as respostas, as soluções...e quando a gente acha uma, aparecem outros questionamentos e por aí vai..uma estrada sem fim...nunca acaba...
E aí, cuidado (!): pensar, como afirma Rubem Alves, é uma coisa muito perigosa...
Paro por aqui. Deliciem-se com o texto seguinte...

Rubens Alves...Saúde Mental


"Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei. Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico: Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu Ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros eobras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se. Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakoviski suicidou-se. Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos. Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as idéias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado; nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, basta fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme) ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensar o que nunca pensou. Pensar é uma coisa muito perigosa...Não, saúde mental elas não tinham... Eram lúcidas demais para isso. Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata. Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental. Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego numa empresa. Por outro lado, nunca ouvir falar de político que tivesse depressão. Andam sempre fortes em passarelas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas. Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos. Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas chama-se hardware, literalmente "equipamento duro", e a outra denomina-se software, "equipamento macio". Hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito. O software é constituído por entidades "espirituais" - símbolos que formam os programas e são gravados nos disquetes. Nós também temos um hardware e um software. O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais", sendo que o mais importante é a linguagem. Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software. Nós também. Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam. Não se conserta um programa com chave de fenda. Porque o software é feito de símbolos, somente, podem entrar dentro dele. Assim, para se lidar com o software há que se fazer uso dos símbolos, eles podem vir de poetas, humoristas, palhaços, escritores, gurus, pastores, amigos e até mesmo psicanalistas... Acontece, entretanto, que esse computador que é o corpo humano tem uma peculiaridade que o diferencia dos outros: o seu hardware, o corpo, é sensível às coisas que o seu software produz. Pois não é isso que acontece conosco? Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos de Drummond e o corpo fica excitado. Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e os acessórios, o hardware, tenham a capacidade de ouvir a música que ele toca e se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta e se arrebenta de emoção! Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei no princípio: A música que saia de seu software era tão bonita que seu hardware não suportou... Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de oferecer uma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, "saúde mental" até o fim dos seus dias. Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes. A beleza é perigosa para o hardware. Cuidado com a música... Brahms, Mahler, Wagner, Bach são especialmente contra-indicados. Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Tranquilize-se há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago? Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos e do Gugu Liberato. Seguindo essa receita você terá uma vida tranqüila, embora banal. Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, em vez de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos.  Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá se esquecido de como eles eram..."

Rubem Alves . Sobre o tempo e a eternidade. Campinas: Ed. Papirus, 1996

sábado, 3 de outubro de 2009

Fala de Deus !!!

Já tem um tempo que virei literalmente fan da Banda Rosa de Saron.
Para vocês terem idéia, até em show deles eu já fui,  e recomendo, muito bom!
Além de ser música de boa qualidade - não dá pra negar, eles fazem arranjos musicais bem trabalhados e a  voz é muito boa  - do vocalista Guilherme de Sá. Vale a pena conferir o dvd acústico deles.
A música é ótima de ouvir e o que particularmente me chamou a atenção foi o modo sutil, mas totalmente aconchegante, de como eles se referem à Deus.
Eles chamam Deus de "você", como alguém próximo, um amigo.
Cantar as músicas, dessa forma, envolve-nos em uma atmosfera de intimidade com o Criador, a qual é confortante!
Mas a sutileza é de tal forma, que quem não tiver a sensibilidade de perceber que o amor de que tanto falam não é um amor humano, mas um amor divino, vai provavelmente cantar a música pensando em algum ser humano objeto de seu desejo...Mas falar de Deus é coisa de outro mundo, não é para qualquer um...
Além disso, a banda é de pop-rock, o que agrada e muito o público jovem cristão, geralmente o mais sedento pela graça de Deus.
No mesmo sentido e igual  é aquela música da banda LS Jack "sem radar",  a qual pouca gente teve a perspicácia de perceber que o Marcos Menna escreveu a música para Deus. Claro, um amor incondicional do jeito como é expressado nessa música maravilhosa, só por DEUS, de DEUS e para DEUS: "amargo é o mundo sem você.." ...."Você me entorpeceu E desapareceu Vou ficando sem ar O mundo me esqueceu Meu sol escureceu Vou ficando sem ar Esperando você voltar..."
Amor que te deixa sem ar, que a ausência te faz achar que o mundo te esqueceu ...só pode ser o amor de DEUS...Saiba que, se algum ser humano com sua ausência provoca em você esses sentimentos: só pode ser doença, obsessão, pois, saudável não pode ser.




A música abaixo, da banda Rosa de Saron, "Do Alto da Pedra", faz parte do dvd acústico e tem a participação especial, nesta canção, do ator e cantor Rafael Almeida.





Admiro a coragem  dos que falam em Deus, de Deus, por Deus no mundo de hoje, onde tantos rechaçam Sua presença nos mais diversos assuntos. A falta de compromisso com o outro em uma humanidade cada vez mais individualista em que se valoriza mais o "ter" e o "poder" do que o próprio  "ser" afasta-nos da fonte primordial da vida e dos verdadeiros valores. O homem perde suas raízes, sua referência do que é a vida e do valor que esta tem. Prova cabal disso é que poucos vivem, na prática, o real sentido de família e, por isso mesmo, tantos casamentos não dão certo e quase ninguém acredita mais nessa instituição. Não vou me entreter aqui, isso pode ser tema, quem sabe, para um futuro post. No mais, espero que vocês curtam o Rosa...

domingo, 27 de setembro de 2009

Para o grande amor da minha vida


"Olhos fechados
pra te encontrar
não estou ao seu lado
mas posso sonhar...
Aonde quer que eu vá..
levo vc
no meu olhar...
Não sei bem certo
se é só ilusão
se é vc já perto
se é intuição..." (Paralamas do Sucesso)

Fecho os olhos. Imagino uma pessoa ao meu lado pro resto da minha vida. Não, não tenho pressa de encontrá-la. Pode demorar, pra que tanta pressa se já esperei tanto até agora. Sabe de uma coisa, a espera, a curiosidade em conhecer vc ou em te descobrir, ter certeza de quem vc é, também é uma delícia, faz parte. Será que já te conheço? Será que vc é meu amigo? Será que vc está sempre ao meu lado e ainda não te enxerguei...Será que eu sequer te conheço ou nem temos amigos em comum? Ou será que vc está entre os meus amigos? Será que vc mora perto de mim? Ou será que vou ter que viajar pra te encontrar? Seja quem for, já sei que é meu....Deus te reservou pra mim e me reservou pra vc. Sim, não adianta fugir, tenho fé, nós dois, vc e eu, na hora certa, estaremos juntos, para sempre. Não é crendice, juro, não é destino, pois destino é algo implacável, que não pode ser mudado, são escolhas: todos os dias eu rezo pra vc, rezo pra Deus não me desviar do caminho de te encontrar. Peço que Ele me mostre vc, que na hora que for que eu te enxergue com os olhos Dele, pois os meus são imperfeitos e podem estar embassados por alguma coisa indevida, ou que esteja fora do lugar, e alguém tão importante assim, como vc, não posso correr o risco de não ver, não pode passar despercebido, não posso perder a oportunidade, porque vc é único, é para mim ! Por isso, tenho certeza: vou te encontrar e, quando isso acontecer, quando for A HORA, vc e eu teremos certeza, assim como já vi acontecer com tantos casamentos verdadeiros. Seja vc quem for, saiba que eu te espero, te procuro, te sonho...Assim também tenho certeza: com a mesma ansiedade, vc também me aguarda.



" A Providência Divina é uma brincadeira do Pai para com seus filhos "

sábado, 26 de setembro de 2009

Verdade - mentira - ou meras hipóteses?

O que é a verdade?
O que é a mentira?
O que me pergunto é: como identificar o que é uma impressão de alguém sobre algo ou sobre outra pessoa que, de um instante para outro, passa a ser identificada como VERDADE....?
Como saber?
Como identificar o que é pensamento, opinião do outro sobre uma situação, sobre alguém e o que é VERDADE? Como distinguir quando a suposta verdade é/são mera(s) hipótese(s)?
Como perceber se o que o outro revela é uma impressão dele ou se é, de verdade, como a situação se apresenta ou como a pessoa de quem se dá notícia É? Como?
O que de fato acontece gera interpretações e visões distintas e isso é, na maioria das vezes, dependente da história de vida de cada um, de suas experiências, sejam estas bem sucedidas ou não...
Dessa forma, sabe-se que um ponto de vista de alguém é sempre influenciado por alguma coisa, e isso faz com que ele nunca seja neutro.
Por isso, faz-se uma confusão em nossos conceitos sobre algo ou sobre alguém quando notícias nos chegam...principalmente quando elas não são muito agradáveis...Valores ou definições sobre o outro, que pareciam solidificados em nós, de repente, embaralham-se no meio de questionamentos sobre esse "novo" algo ou alguém que nos é apresentado. E aí começa o tormento: por um momento nos vemos cegos, enganados, como assim ficamos tão distantes da realidade...como não enxergamos tal fato antes...? Sempre foi assim e só nós não vimos ou a situação mudou? Ou numa ínfima esperança: será que não é nada disso? A imagem se distorce...
Mas é ainda pior quando tais notícias nos chegam por pessoas confiáveis e também por pessoas suspeitas (digamos, que possam ter algum interesse, ainda que insconsciente, em propagar tal fato)...e aí? Tanta gente "queimando o filme" de alguém...fica difícil de não acreditar...algumas confiáveis..outras não...mas e aí?
E quando você acha que já ficou sabendo de tudo....já está quase esquecendo...vem alguém e te conta outra...e aí volta tudo de novo...as dúvidas estacionam de vez na sua cabeça...
E para acabar de incinerar tal  filme todo mundo "toma birra" da coisa...e aí já viu né...o tal ser torna-se odiado por todos...
No entanto, volto no meu questionamento inicial: o que de fato é verdade e o que é opinião, impressão de uma pessoa?
Se eu não vi, se eu não ouvi, se eu não constatei com os meus sentidos...será, que se eu o fizesse...veria da mesma forma? Talvez visse pior...será? Será mesmo verdade, na prática, que "o que os olhos não vêem o coração não sente?"!
Mas problema maior ainda é quando a pessoa de quem se fala ou a quem é atribuída a suposta autoria do fato se cala, não se apresenta para se defender, não faz questão alguma de esclarecer os fatos. Talvez se ela tivesse noção da magnitude da coisa ou mesmo das "fontes", talvez se interessasse em se manifestar...ou talvez simplesmente não se importe mesmo....Mas, infelizmente, quando estamos na situação de prejudicados, ou supostamente enganados, não vamos ser nós os delatores de "quem me contou" ou mesmo quam vai dizer: ou, fica esperto, "tão queimando seu filme"...
Sendo assim, com apenas uma versão, fica mesmo difícil ter certeza de alguma coisa....pelo sim ou pelo não, na dúvida, diz o ditado que é melhor e mais confiável acreditar nos amigos....e pensar que: um dia tudo se esclarece, ou então, ou senão, morre mesmo....

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Meu brinquedo: Papel Solto



Quando resolvi criar este blog, nem pensava em "colocar no ar", já que tudo começou como uma brincadeira...

Mas daí o brinquedo começou a ficar divertido...

Comecei a gostar de "brincar" aqui, percebi que isso estimula de certa forma minha criatividade, "coisa" que  eu não usava tanto desde os tempos de aventura na faculdade de Publicidade e Propaganda...

Além disso, notei que a partir da existência deste blog a minha curiosidade sobre qualquer coisa (rs)...ficou mais aguçada...passei a querer ler mais, me informar mais e até que, um dia, depois de tanto copia, cola, edita...me deu vontade de escrever! Calma gente, não sou escritora..rs....mal escrevi no blog tá....é só de brinquedo...mas andei escrevendo por aí....não me arrisco muito ainda, mas vou fazer um esforço, prometo!

Alguns amigos começaram a acompanhar o que eu postava aqui e quando eu achava que não tinha ninguém vendo (e aí eu me soltava mais..rs), vinha alguém e falava: "ou, to vendo o seu blog...".Aí eu morria de rir..ou de medo também...hhahahah.....ficava toda preocupada e, de repente...,apagava um monte de coisas...Quem viu viu, quem não viu não viu....Confesso que eu ainda faço isso de vez em quando...quem entra aqui todo dia sabe disso!

E depois desse processo todo...um amigo meu me falou: "Ciça, tá faltando um nome no seu blog..." Eu juro que se não fosse ele falar isso, acho que ia deixar o ...?... pra sempre. Daí eu pensei, meu deus um nome, socorro, não vinha nada na minha cabeça...

Até que, hoje, veio a luz ! "Papel Solto", é esse o nome ! Ainda dei sorte de o domínio estar livre!

Por que Papel Solto? Pensei em uma folha em branco, onde eu pudesse escrever, desenhar, pintar, e até fazer xilogravura como nos tempos em que eu fazia aula de artes na minha infância...um papel solto, branco, livre!Pra quem não sabe, amo desenhar até hoje...

Este aqui é um espaço livre. Vou postar aqui o que eu tiver vontade e quando eu quiser !
E vocês também fiquem a vontade para comentar ou para espiar...rs...como quiserem.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Perdoar é - E - Crescer !!!!!!!!!




Hoje quero falar sobre o perdão.

Há tempos venho refletindo sobre isso.

Há muitos que querem perdoar e não conseguem, não esquecem.
Mas será que perdoar significa também esquecer?

Há aqueles que antes de querer, ou sem querer, já perdoam: são os famosos "derretidos", para os quais basta apenas um pedido de desculpas, sincero ou não, para que se esqueçam de tudo que o outro fez.

Confesso que sempre fui do segundo tipo..."coração mole"....ou  grande, pois dizem que só é capaz de perdoar quem muito sabe amar...

Mas também admito que ultimamente estava, estou, meio resistente ao perdão...

Sinceramente, acho que é porque, no meu inconsciente, descobri que ceder ao perdão significa amar...amar quem tanto me machucou??????

E é por isso que o perdão é uma escolha, uma escolha pelo amor.

Perdoar é escolher amar o outro, apesar dos seus erros, das suas misérias, das suas limitações...

E talvez minha resistência também viesse do fato de que, no fundo, eu sabia que, para perdoar, também era preciso compreender, entender o momento da outra pessoa e aceitar que, naquele momento - infelizmente  - era tudo o que ela tinha para me oferecer....sim, por mais horrível que pareça, que seja, era o que ela podia me dar naquela hora...difícil aceitar...

E, resistente, eu continuei carregando minha mágoa, mesmo sabendo que a maior prejudicada com isso era, com certeza: eu.

Além disso, perdoar, além de significar amar - compreender - aceitar as limitãções do outro - significaria algo mais: ceder; ser humilde; tirar as barreiras que, pela mágoa, nós colocamos contra o outro; ser vulnerável...ficar vunerável...de novo? E esse era, e continua sendo, o meu maior medo.

Sim, descobri que o medo de perdoar, que o medo de amar o outro e olhar nos olhos dele, é também um medo de ceder... vai muito além do medo de não ser aceito ou de não ser amado, mas advém, sobretudo, do receio de ser machucado e de ser ferido, de novo, e de novo.....

Acho que o perdão é um exercício de conseguir olhar no fundo dos olhos do outro novamente, pois quando estamos magoados, como é difícil olhar no olho da outra pessoa....dói...

E, refletindo sobre tudo isso, com a ajuda do Espírito Santo, pois isto não iria brotar em mim do nada....descobri: não consigo perdoar sozinha -  preciso da ajuda de Deus para que eu possa aprender a amar, uma outra vez, e seja capaz de perdoar....

E por que rezar, por que orar?
Somos livres, Deus nos fez assim.
Ele não intereferirá na nossa vida enquanto não abrirmos espaço e autorizarmos para que isso aconteça e acredito que isto se concretize por meio da oração.

Então, eis o primeiro passo: Meu Deus,
eu quero perdoar,
sim,
eu escolho perdoar,
me ajuda !!!!!!!!!!
Amém!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Triste realidade



Uma amiga minha me mandou o seguinte texto hoje:

¨Ela queria ele, ele queria ela e outras. Ela sofria, ele nem ligava. Ela chorava,ele ria. Ela falava,ele n... Sabia, mais não ouvia. Ele mentia,ela acreditava. Ela o esperava,ele não voltava. Ela queria coisa séria, ele só queria se divertir. Ela demonstrava seus sentimentos, ele brincava. Ela sorria pra ele, ele ria dela. Ela acreditava em tudo o que ele dizia, ele dizia o mesmo para αs outras. Ela se iludia, ele alimentava a ilusão. Ela espera por ele, ele já está em outra. Ela ama, ele gosta. Ela fazia tudo por ele, ele dizia não se contentar com tão pouco. Ela achava que ia dar certo, ele tinha certeza que ia dar errado. Ela queria pra sempre, ele só por um momento. Ela se entregava, ele evitava. Ela falava: eu te amo, ele apenas sorria. Ela ficava por conteúdo, ele ficava por quantidade. Ela procurava o príncipe, ele procurava a próxima. Ela queria "O",ele queria "UMA". Ele descobriu q ela era A ÚNICA, ela descobriu q ele era só MAIS UM.¨

A autoria é desconhecida.
(e não precisa dizer mais nada né - o texto já diz tudo).

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

PATIENCE

Não é por acaso que dizem que a paciência é a maior das virtudes....A paciência não anda sozinha: sem fé, sem acreditar, não acontece - como esperar por algo que achamos ser impossível? ; sem determinação não há paciência - esperar pelo que?.. é preciso saber bem o que se quer para a espera ter sentido...; sem persistência, a paciência não sobrevive - é preciso persistir apesar da dúvida e dos obstáculos...; sem força não há paciência...Por isso, a paciência não é para qualquer um, mas somente para homens crentes, determinados, persistentes e fortes; e além disso, homens que sabem amar, pois a paciência é, com certeza, um exercício do amor. Felizes os que sabem esperar, bons amantes, pois farão uma boa colheita...


  • " Eis que nos chega como música: é preciso, antes de tudo, aprender a ouvir um tema, uma melodia, saber percebê-la, distingui-la, isolá-la e delimitá-la na sua via própria; depois, é necessário um esforço e boa vontade para suportá-la, a despeito da sua estranheza, usar de paciência acerca do seu aspecto e expressão, de ternura pelo que ela tem de singular; - chega, enfim, o momento em que nos habituamos a ela, em que a esperamos, em que sentimos que teríamos saudade dela se ela nos faltasse; e, doravante, ela não pára de exercer sobre nós a sua coação e fascinação até que tenha feito de nós os seus amantes humildes e envaidecidos, que não concebem melhor coisa no mundo e não desejam mais do que ela, e nada além dela. - Mas não é só com música que isso nos acontece: é justamente dessa maneira que aprendemos a amar todos os objetos que amamos agora. Acabamos sempre sendo recompensados pela nossa boa vontade, paciência, equidade, ternura pela estranheza, quando esta, pouco a pouco, se desvela e se vem oferecer a nós como uma nova e indizível beleza: - é essa a gratidão pela nossa hospitalidade. Quem ama a si mesmo só alcançará por essa via: não há outra. Também se deve aprender o amor."
    NIETZSCHE, A Gaia ciência

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Setembro

09-09-09

Para toda ação...uma reação...

No amor ou na amizade, ou mesmo em família, não importa a relação, seja qual for, o que envolve sentimento está sujeito a isto: Ação e Reação em cadeia....atitudes, omissões, palavras e atos que não se escapam dos olhos fitos da realidade, mais cedo ou mais tarde, vêem à tona como uma avalanche, gota d`água em copo cheio... 
esse texto me fez pensar e repensar uma série de coisas:

"A FITA MÉTRICA DO AMOR - Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade. Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto. Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês. Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo. É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes. Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho." autora: Martha Medeiros

O barco está em alto mar

"Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece. Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se um com o oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro é renascimento. Assim somos nós: voltar é impossível na existência. Você pode ir em frente e se arriscar. Coragem, o oceano o aguarda!" Autor: Pe. Sérgio Luiz e Silva

terça-feira, 8 de setembro de 2009

- ANIVERSÁRIO -



Feliz aniversário -


Um momento especial de renovação para sua alma e seu espírito, porque Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza, a capacidade de desabrochar a cada nova estação e a nós capacidade de   recomeçar a cada ano. Desejo a você, um ano cheio de amor e de alegrias. Afinal fazer aniversário é ter a chance de fazer novos amigos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas. Sorrir novos motivos e chorar outros, porque, amar o próximo é dar mais amparo, rezar mais preces e agradecer mais vezes. Fazer Aniversário é amadurecer um pouco mais e olhar a vida como uma dádiva de Deus. É ser grato, reconhecido, forte, destemido. É ser rima,  é ser verso, é ver Deus no universo; Parabéns a você nesse dia tão grandioso!
- de um autor desconhecido, mas bastante inspirado.

Música: Amor pra recomeçar - FREJAT

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Verdade

"Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são."

 
William Shakespeare

Como lidar com pessoas mentirosas

Ainda que seja a pior verdade do mundo, ela ainda é preferível do que a mentira que protege, que camufla, que engana. É TRISTE QUANDO DESCOBRIMOS QUE ALGO SEMPRE FOI MENTIRA. É frustrante quando enxergamos que aquela pesssoa que imaginávamos que era de um jeito, que admirávamos, na verdade não existe, nós que criamos nós que idealizamos, com a ajuda dela, claro. Porque não somos loucos e tão criativos a ponto de criar  uma imagem tão distante daquela que a pessoa nos apresenta como sendo dela. No entanto, um dia as máscaras caem e toda Falsidade, Maldade, e o pior, o próprio caráter da pessoa, aquilo que ela é, se revela. É uma grande decepção, realmente, mas ainda assim é preciso viver a realidade, as coisas como elas são, pois os sonhos são construidos na verdade e não em cima da mentira. Aos mentirosos, aos que iludem, aos falsos, cuidado! Deus protege os que Nele confiam e aos que Ele se entregam, e eu, posso dizer hoje, obrigada Senhor por me mostrar as coisas como elas são e assim viabilizar o meu crescimento e o desapego das coisas que não são e nem foram boas. WALK ON!

  • "A mentira é um recurso utilizado para camuflar a verdade, ou seja, uma idéia falsa que vai muito além de uma omissão e cria uma história que não aconteceu realmente. As pessoas costumam mentir o tempo todo para conseguirem o que desejam ou para impedir a descoberta de um erro. Entretanto, já diz o velho ditado “Mentira tem perna curta”, por isso é fundamental ter cuidado com o que você anda dizendo por aí. Há mentirosos patológicos, capazes de contar tantas mentiras que isso leva a necessidade de fazer sessões de análise com um psicólogo. A melhor forma de lidar com um mentiroso é ignorá-lo, simplesmente não acreditando em nada que ele diz e sempre exigindo alguma prova para saber se a informação dada é real. Você pode ainda aconselhar essa pessoa a procurar ajuda médica, pois um estudo feito nos Estados Unidos mostrou que a maioria dos mentirosos patológicos sofre também de anomalia no cérebro. "